sopro das palavras: LÁGRIMAS: "Quando a maré enche dentro do peito, há uma gota de mar que queima nos olhos e traça caminhos de lume no rosto. Nesses dias de fogo líquido..."
O tempo da vida, desmesurado e prepotente, marca profundamente a história das nossas vidas. E a vida? Marcará o tempo?! E as pedras da calçada que compõem a minha estrada e que ora soltam gemidos choramingando, ora sorriem gracejando, que serão delas sem o peso do meu corpo, sem o toque do meu pé?! São pedras no meu sapato ou pedras sob o meu pé? Ai se os sapatos fraquejam, nem sapatinho nem pé…e a tal pedrinha que leve e matreira, sobrevive e ninguém vê, sentimo-la mesmo franzina e demente, por sermos gente, apenas gente. Somos gente, minha gente e este é o tempo de andar descalço. Muitas pedras, muitas pedras mas já nos faltam os sapatos! É tempo de chamar as crianças, de lhes explicar que o sapatinho à lareira, já não vem recheadinho, não que o Pai Natal alongasse o seu caminho, ou esteja muito pesado… o certo é que, cada vez é maior o número de meninos que passam fome e frio; que há mais pobres, sem lareira, sem abrigo… Hoje, ainda nos é possível observar o sol, a lua e as estrelas e sonhar… sonhar, porque ainda é de graça, nada temos que pagar, nem para ver as estrelas, nem para poder sonhar… O mundo está triste. As pessoas confusas, desconfiadas e cautelosas. A magia do Natal, os preparativos, a alegria das crianças não são a mesma coisa. Tudo pesa. Não há vontade. Não cheira. Não lembra. São tantas as pedras, e que pesadas que são, mesmo não tendo sapatos, passaram do pé para a mão! Ainda temos tempo de soltar um grito, o grito de um povo que é feito de gente, um grito de esperança, porque ainda estamos vivos. Hoje, apetece-me gritar!
Pedras no sapato
ResponderEliminarO tempo da vida, desmesurado e prepotente, marca profundamente a história das nossas vidas. E a vida? Marcará o tempo?! E as pedras da calçada que compõem a minha estrada e que ora soltam gemidos choramingando, ora sorriem gracejando, que serão delas sem o peso do meu corpo, sem o toque do meu pé?! São pedras no meu sapato ou pedras sob o meu pé? Ai se os sapatos fraquejam, nem sapatinho nem pé…e a tal pedrinha que leve e matreira, sobrevive e ninguém vê, sentimo-la mesmo franzina e demente, por sermos gente, apenas gente.
Somos gente, minha gente e este é o tempo de andar descalço. Muitas pedras, muitas pedras mas já nos faltam os sapatos! É tempo de chamar as crianças, de lhes explicar que o sapatinho à lareira, já não vem recheadinho, não que o Pai Natal alongasse o seu caminho, ou esteja muito pesado… o certo é que, cada vez é maior o número de meninos que passam fome e frio; que há mais pobres, sem lareira, sem abrigo…
Hoje, ainda nos é possível observar o sol, a lua e as estrelas e sonhar… sonhar, porque ainda é de graça, nada temos que pagar, nem para ver as estrelas, nem para poder sonhar…
O mundo está triste. As pessoas confusas, desconfiadas e cautelosas. A magia do Natal, os preparativos, a alegria das crianças não são a mesma coisa. Tudo pesa. Não há vontade. Não cheira. Não lembra. São tantas as pedras, e que pesadas que são, mesmo não tendo sapatos, passaram do pé para a mão!
Ainda temos tempo de soltar um grito, o grito de um povo que é feito de gente, um grito de esperança, porque ainda estamos vivos. Hoje, apetece-me gritar!
São Constantino